No livro “Momentos de coragem” Joanna de Ângelis nos passa a seguinte mensagem sobre a dicotomia ser/parecer, o sofrimento nas aparências: “Tenta ser, por fora, conforme evoluis por dentro, sendo a pessoa gentil, mas nobre, fulgurante e abnegado, afável, todavia leal. Tua aparência, seja também tua realidade, esforçando-te, cada vez mais, para conseguir a harmonia entre a individualidade e a personalidade, refletindo os ideais de beleza e amor que te vitalizam.”
Daí, penso que o poema A Rosa Murcha (diálogo) de Laranjeira, pode bem ilustrar:
A rosa, que eu mirava quando a olhava no arranjo,
Esmaecida, cansada, deitada sobre a mesa…
E que eu julgava a de menor brilho dentre outras duas
Por obra do destino, foi-me ofertada gentilmente
Olhar fulminante, que me fitava entre as de outras cores,
Me depreciando num ensaio de comparação
Quis o destino que eu te deixasse sem voz para recusar-me
E eu, que esperava o calor de tuas mãos, encontrei apenas o tremor…
Me desculpe, rosa… por quê não reparei na intenção de quem a deu?
O pouco que durastes poderia ter sido um momento de alegria
Agora, o tempo que eterniza a lembrança de tuas pétalas murchas
É muito maior do que se eu tivesse a aceitado com amor…
Te entendo, é normal que busquemos o belo
E talvez, eu não estivesse à altura de teu desejo
Mas se me intrometi em tua vida foi por um pretexto…
Para dizer que procurastes a beleza na aparência, quando o belo, estava no gesto.
César Augusto – psicólogo