Capa livro Manolo

          Em um evento muito bem organizado no final do ano passado presenciei o lançamento do livro “Caminhando pelo mundo”, do autor passofundense Manolo Frediani Lima. Nele, nosso amigo, jovem empresário, relata seu gosto por aventuras nos registros de suas viagens pela América, Europa e Ásia. O diferencial da obra é que, após uma jornada de 140km em trilhas nevadas na mais alta cadeia de montanhas do mundo, o Himalaia, quando tudo indicava o final de mais uma aventura, o maior de seus desafios estava por começar: o de um brasileiro (como tantos outros na ocasião) com a incerteza de poder voltar para casa em meio aos primeiros lockdowns causados pela pandemia e que fechavam espaço aéreo e as fronteiras.

          Na sua obra, dos relatos de todas as dificuldades que surgiram (o que era esperado dada às circunstâncias) quero me ater às manifestações em redes sociais por ele apontadas. Manolo tinha na internet, quando dispunha de sinal de qualidade, a única forma de manter contato com sua família e amigos; sua esperança era reforçada nestas comunicações e pelas relações afetivas, carinho e motivação que recebia. Acontece que o bem e o mal andam juntos na WEB: “Enquanto isso, as redes sociais eram pura conspiração sobre a pandemia, e os meus contatos estavam alucinados com isso. Conversar ficou ruim”, dizia. Não faltaram nas postagens comentários ácidos: “Tive de bloquear várias pessoas pela negatividade que estavam me passando…” complementou.

          Utilizamos os recursos de redes (ditas) sociais várias vezes ao dia, por horas, segundo levantamentos do Meta (administrador do Whatsapp e Facebook). Como nos portamos? Para quem estivesse naquela situação no momento que irrompia a pandemia e longe de casa, o equilíbrio emocional era questão de sobrevivência! Não bastassem os obstáculos de toda a ordem, ter ainda de ler mensagens deprimentes?

          A vivência relatada no livro é única, não temos como senti-la se não a experienciamos, e, ainda assim, o faríamos com nossas impressões. Todavia, diariamente estamos com um celular às mãos e temos sim, o dever de utilizá-lo com responsabilidade, refletindo sobre nossos comentários em postagens, evitando a disseminação de fake news. Precisamos ter consciência sobre o quanto podemos interferir na vida dos outros, com um gesto, um olhar, ou uma palavra, ainda que lançada virtualmente.

          Por que subir uma montanha? Perguntem ao Manolo e ele responderá que após isso, os desafios normais da vida “seriam molezinhas, e a vida fluiria suavemente.”  Esta e outras histórias motivacionais podem ser lidas em detalhes em seu livro.

César Augusto – psicólogo

publicado em fevereiro de 2022