No dia 18 de outubro comemora-se o Dia do Médico. Durante a pandemia de coronavírus o Conselho Federal de Medicina criou um site/memorial para reconhecer o trabalho daqueles médicos que morreram em decorrência do Covid-19. Lá estão listados por estados da Federação, os nomes de todos os médicos – alguns com histórico socioprofissional – acometidos pelo vírus no exercício de suas profissões. A última atualização dos dados é de um ano atrás e registra o óbito de 893 médicos no Brasil. O texto começa com a seguinte mensagem:

          “Esta é uma homenagem do CFM e dos CRMs para eternizar aqueles que dedicaram sua vida aos outros. Por trás das máscaras e dos equipamentos de proteção, existiam mais do que grandes médicos, existiam pessoas de um coração tão enorme quanto sua vontade de ajudar.” – www.memorial.cfm.org.br

          Assim como tantos outros profissionais que não puderam ficar em casa nos momentos iniciais e nos mais críticos da pandemia, milhares de médicos esgotaram-se em plantões de atendimentos, alguns, efetivamente passando a morar em seus locais de trabalho como uma forma de poder dedicar-se integralmente ao combate além de, em não indo para casa, não levar para seus familiares o potencial de contaminação do vírus. Isolaram-se em seus trabalhos.

          Hospitais com CTIs lotadas e com o registros de muitos casos de faltas de cilindros de oxigênio (ou de tantos outros instrumentos e de medicamentos) tornaram aqueles meses um cenário perfeito para o colapso: estresse, ansiedade, sentimentos de impotência, frustrações, joguetes políticos de toda a ordem, corruptos inescrupulosos aproveitando-se do caos para locupletarem-se, enfim, a classe médica precisou superar a tudo isso honrando ao Juramento de Hipócrates.

          Assim como os médicos mortos naquele período crítico, os médicos sobreviventes têm as mesmas características: são filhos, pais, colegas de futebol ou de ciclismo, de pescaria, vizinhos… gente como a gente, de carne e osso! Suas emoções não são diferentes das nossas: choram, riem, ficam bravos, e como nós, gostam de ser respeitados e valorizados no que fazem.

          Que tal procurar em sua rede social o contato de um destes amigos da saúde e mandar-lhe uma mensagem de alto astral, um cumprimento tão sincero que ele possa até mesmo sentir o calor de um abraço (ainda que virtual)? Melhor ainda se puder dar este abraço pessoalmente!

           Aos meus amigos médicos, pela efeméride, a minha gratidão por seus trabalhos. Àqueles outros médicos que sequer conheço também, pois suas dedicações a meus familiares e/ou amigos repercutem em minha vida sim, permitindo nossos convívios.

          O quadro pandêmico acabou, porém, os cuidados com relação ao vírus não. Ainda precisamos observar algumas regras sanitárias e assimilar novos hábitos para que possamos ter mais segurança e saúde em nossas vidas.

          Parabéns aos médicos do Brasil por esta data. Gratidão.

César Augusto – psicólogo

* texto publicado em outubro de 2022