A obra “Cartas de uma morta”, segundo – dos mais de 450 livros psicografado por Chico Xavier -, é composta por uma série de mensagens do Espírito Maria João de Deus, mãe de Chico falecida quando ele tinha apenas cinco anos de idade. Vinte anos depois de seu desencarne, ela traz relatos – a pedido do ilustre filho – sobre sua percepção dos momentos em que agonizava até a sua chegada ao plano espiritual.

         Ela descreve o que a Doutrina nos ensina sobre o momento em que o Espírito desliga-se do corpo, mas, somente tempos depois, quando se dá conta de que havia morrido, pergunta ao Espírito que lhe acompanha em sua instrução: “E meus filhos?”.  Lhe é respondido que: “Aqueles a quem emprestaste o potencial das tuas energias orgânicas e que representavam, como teus filhos, o grande tesouro de amor do teu coração, são, como somos, as criaturas do Pai de infinita misericórdia. Desta maneira, ela ouve que os pais na terra não são os criadores, mas sim, os zeladores das almas que Deus confia ao sagrado instituto da família. É consoante com a explicação do capítulo oito de O Evangelho Segundo o Espiritismo, onde, pela Codificação, Kardec no diz que o corpo procede do corpo e que o Espírito já existia antes da sua formação. Cumpre aos pais: “auxiliar no desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.”

         Assim, fica a mensagem de que não temos a propriedade sobre nossos filhos, temos sim, um grande compromisso com a orientação e a educação destes, pois, mais do que constituírem uma família corporal, fazem parte também de nossa família unida por laços espirituais.

César Augusto – psicólogo