A Revista Espírita de março de 1865 nos traz a seguinte afirmação: “O homem é composto de corpo e Espírito. O Espírito é o ser principal, o ser racional, o ser inteligente; o corpo é o envoltório material que reveste temporariamente o Espírito para a execução de sua missão na Terra e para o trabalho necessário ao seu adiantamento. Uma vez gasto, o corpo se destrói e o Espírito sobrevive à sua destruição. Sem o Espírito, o corpo é apenas matéria inerte, como um instrumento privado do braço que o maneja; sem o corpo, o Espírito é tudo: vida e inteligência. Deixando o corpo, ele retorna ao mundo espiritual de onde havia saído para encarnar-se.”

          Para que eu não me limite a citações, é preciso lembrar de mais uma, do polêmico padre jesuíta Teilhard de Chardin: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.” Por este tipo de afirmação é que ele teve diversas de suas obras proibidas de estudos pela Igreja, mas recentemente, teve o reconhecimento de alguns Papas por sua importância no catolicismo.

          Se somos então seres espirituais vivendo em corpos, por que tanto apego à materialidade? Como nos é difícil viver com o entendimento de que a vida e a inteligência é a do Espírito, o Ser principal. Precisamos sim cuidar do corpo para que a execução de nossa missão na Terra seja possível, mas, da mesma forma, os cuidados necessários ao Espírito são igualmente importantes. E é para nos orientar nos cuidados deste que a Doutrina Espírita se nos apresenta maravilhosa em ensinamentos. Que possamos estudá-la e a praticarmos com nossos irmãos de jornada.

 

César Augusto  – psicólogo