Ano novo, vida nova… frase muito frequentemente ouvida neste mês de dezembro. Mas respondendo à pergunta do título: para aquilo que queremos, precisamos esperar até o réveillon? E se morássemos em Saturno, onde o ano tem 11 mil dias (o equivalente a 30 anos dos nossos) haveria sentido para tamanha espera?

         Não estou preconizando a impaciência do ansioso, nem, tampouco, a preguiça do procrastinador, aquele que vai “empurrando o ano de barriga” e deixando as coisas para depois. O que pode estar por trás da expectativa de um ano novo pode dizer muito das frustrações pelo que não fizemos no ano em curso, dos medos que nos impedem de tomarmos decisões, da esperança mágica de que a vida se transforme para melhor. O que muda nossas vidas são tão somente nossas atitudes e estas não precisam de uma data especial para que aconteçam.

          Quando ficamos olhando à frente como quem procura um sinal, deixamos de olhar para o presente momento, o agora, e com isso alguma oportunidade pode não ser percebida. Um ciclo anual que se fecha só é maior em quantidade de dias do que o ciclo de um mês ou o de uma semana, o que o torna diferente é a circunstância, pois renovam-se períodos de férias, estudantes trocam de ano letivo enquanto que outros capricham em listas de promessas e de objetivos para o próximo ano.

         Estar presente com a consciência a cada momento do dia implica em bem viver, e, mesmo nas pequenas coisas, isto é possível: alimentar-se calmamente, “desligar-se” de seu smartphone com mais frequência, conversar mais vezes e pessoalmente com a família e com os amigos, dar atenção para sua saúde (sem esperar que surja uma doença que o obrigue) é o mínimo que se pode fazer.

         Desejo, amigo leitor, que o próximo ano seja maravilhoso e pleno de realizações, as quais poderão ser alcançadas com a tua consciência de que – parafraseando – “ … somos os autores de nossa vidas”.

Feliz 2023 !!!

César Augusto – psicólogo

texto originalmente publicado em dezembro de 2019 (adaptado)